Jardins Orientais

Jardins Orientais, venha conhecer mais sobre este jardins maravilhosos.

A perfeição na terra

Nos jardins orientais, procura-se recriar a natureza no seu estado mais belo, perfeito e harmonioso. Pretende-se manifestar o natural e desejável equilíbrio entre os Homens, a Terra e os Céus, no entanto, na sua génese, estão indubitavelmente associados a centros de poder (ex: casas senhoriais e palácios), a uma classe economicamente elevada e a locais religiosos (ex. santuários e outros locais de culto, independentemente da religião).

Era necessário dispor de elevada capacidade financeira para mandar construir e recriar grandes áreas verdes, com diferentes tipos de cenários, mas cujos traçados paisagísticos se subordinavam a diversos princípios filosóficos ordenadores da cultura oriental, em particular a chinesa – energia Yin e Yang, e os 5 elementos constituintes da natureza (Terra ou Solo, Metal, Madeira ou Árvore, Água e Fogo).

Segundo Gill Hale o traçado dos jardins chineses «cresceu da fusão do conceito confuciano da arte como uma criação humana, mas seguindo o molde da natureza e da fé taoista na superioridade do mundo natural como uma forma de arte».

A simbiose entre arte construída e arte natural

Na China antiga, quando as construções dos palácios e das casas senhoriais estavam inseridas em grandes propriedades rurais, era natural a estreita simbiose entre os espaços construídos e os terrenos envolventes, sendo que uns serviram de cenário aos outros e estes eram miradouros privilegiados para os primeiros.

Assim, se os terrenos não continham riachos, margens verdejantes, pequenas colinas ou árvores com diferentes volumetrias, tudo era recriado de tal forma que pareciam autóctones, e mesmo os famosos caminhos serpenteados, surgiam como naturais.

Ao contrário dos jardins ocidentais e mesmo os japoneses, nos jardins chineses pretende-se recriar a natureza na sua forma mais bela, mas não subordinada à geometria, à vontade ou à estética humana. «Quaisquer que sejam as alterações que se efetuam num jardim chinês, o resultado deve ter um aspeto natural» e mesmos os lagos, veredas ou colinas que possam ter sido construidos, «assemelham-se aos seus homólogos naturais», conclui Gill Hale, especialista em Feng Shui e jardins, no seu livro «Manual Enciclopédico de Feng Shui».

Desta forma se compreende que os Bonsai, não sejam originários da China mas sim do Japão, a beleza de uma árvore em miniatura, obedece à vontade do homem que a molda e condiciona ao longo dos anos.

Um portal espiritual

É frequente encontrarmos portais de madeira vermelhos ou laranjas – os Tori – que mais não são do que marcos que manifestam a passagem para um universo espiritual.

As pedras furadas não só simbolizam a terra mãe como os seus buracos circulares simbolizam o elemento celestial.

Mesmo em espaços urbanos modernos, é frequente ver representações daqueles portais que recriam a passagem entre 2 planos da criação, a fim de recordarem ao homem o seu caminho espiritual.

As flores nos jardins chineses

Nos chamados jardins zen, as flores não são o principal motivo de decoração e também elas se subordinam ao arranjo natural da paisagem e à tipologia de vegetação autóctone. Assume maior relevo a forma e a volumetria do arbusto, e a sua relação com os demais, do que criar canteiros geometricamente perfeitos para formar paisagens de cor ou desenhos específicos.

As flores nestes jardins são exemplares que poderiam estar presentes nos arbustos da região e como estão frequentemente associadas a virtudes ou atributos, a sua presença no jardim assume também propriedades holísticas.

Vejamos algumas das simbologias:

Aspidistra – força de almaHortênsia – realizaçãoRomãzeira – fertilidade
Crisântemo – determinaçãoKérria – individualismoPinheiro – longevidade
Cipreste – nobrezaOrquídea – resistênciaRodoendro – delicadeza
Gardénia – forçaPeónia – fortuna e amorVirginia Creeper – tenacidade

Mas todos estes elementos devem estar dispostos de forma natural, como se nunca tivessem sido tocados pelo homem. As plantas florescem quando e onde a natureza permite, e a intervenção humana deve ser mínima, apenas para manter a beleza e a harmonia.

O jardim Feng Shui

Nem todos os jardins inspirados nos princípios de Feng Shui são muito elaborados e, dependendo do ramo filosófico ou religioso, pode até nem apresentar qualquer figura ou imagem religiosas.

O que é fundamental é o respeito pela orientação do Baguá e a sua aplicação ao terreno ou aos pequenos espaços a recriar. Além do Baguá, o que por si só já lhe permite ter em consideração as 9 manifestações das 5 energias de base, pode ainda complementar a composição simbólica do jardim introduzindo o conceito dos 4 animais celestes – Tartaruga Negra, Dragão Verde, Tigre Branco e Fénix Vermelha – e ajustar o tipo de plantas, arbustos e decoração de jardim, às zonas mais expostas ao sol e por isso potencialmente mais dinâmicas (espaços Yang) e nas zonas mais sombrias e frescas, potenciais o espaço Yin.

No arranjo paisagístico pode conjugar árvores ou arbustos de diferentes tipos, mobiliário de pedra e de madeira, recantos mais românticos ou espaços mais convívio, e ajustar os tipos de plantas ou fores em função dos setores do Baguá.

E apenas existe uma regra de ouro: menos é mais!

Nos jardins orientais, existem espaços vazios que cumprem a sua função de equilíbrio e harmonia pelo que se deve evitar a vontade ocidental de «encher tudo, para ficar bonito». É preciso que as plantas tenham o espaço necessário para se expandirem de forma natural.

E não se esqueça que a perfeição e beleza destes jardins, implica um cuidado extremo na sua manutenção, rega, poda, recolha de lixos orgânicos… mas isso vai «obrigar» os residentes a viverem e usufruírem ainda mais do seu espaço zen.


harmoniafengshui

Lourdes Polainas Consultora e Formadora de Feng Shui Life Coach

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