Todos os anos a natureza oferece-nos a possibilidade de usufruir de vários ciclos os quais
acabam por marcar de diversas formas a vida das pessoas, quer vivam em grandes centros
urbanos ou mais perto da natureza. Os calendários não são mais do que a identificam de
diversos ciclos que padronizam a vida do ser humano – as horas do dia, as semanas, os meses,
as estações do ano, os períodos escolares e as férias, as diversas celebrações religiosas ou
festivas, etc.
Mas também existem os ciclos na natureza e agricultura e por isso certos bens alimentares
surgem (ou surgiam apenas) em determinadas épocas do ano; atualmente, com a agricultura
intensiva, as estufas e as importações, é frequente encontrar as mesmas frutas e legumes ao
longo de todo o ano.
E em todos os ciclos, há fases de pousio e de atividade, de vida e de morte, de crescimento e
de adormecimento. A celebração da passagem de ano é a celebração do findar de um ciclo de
365 dias e a esperança do aparecimento de um novo ciclo com idêntico nº de dias e
oportunidades. A celebração da primavera não é mais do que vivenciar o final do inverno, do
pousio, de uma certa inatividade associada a um período de menor energia solar, para uma
nova estação com intensa atividade nos terrenos – arados ou em baldio – na agricultura, nos
animais e também na sociedade humana.
Seja qual for o grau de conhecimento ou interesse por temáticas ditas «espirituais, filosóficas
ou esotéricas», a verdade é que é consensual falar de ciclos de vida e morte, seja em sentido
literal (ex.: o caso das sementes lançadas à terra que precisam de passar por um processo de
degradação para em seguida germinarem) seja em sentido simbólico (ex.: qualquer processo
iniciático mas também outras cerimónia como sejam o batismo ou o casamente em que se
«morre» para um determinado estado e se reinicia a vida num outro nível).
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